Nunca tinha pensado seriamente no futuro desta relação. Sim, já me passou pela cabeça a noção de nós continuarmos juntos quando eu mudar de casa. Um simples esboço, um traço leve, nada de concreto. Há poucos dias, numa conversa sobre o que virá um dia, reparei que construi a possibilidade firme de ainda estarmos juntos daqui a seis meses.
No que respeita a relações duradouras e adultas, confesso que sou (ou era) uma medricas. Ao mínimo cheirinho de compromisso sério fazia-me á estrada, descartando o namorado rápida e dolorosamente. Gostava de namorar, de ter alguém sempre que me convinha. Nunca me entregava completamente, com medo de me perder ou talvez de criar uma dependência inquebrável.
Faço do meu anti-compromisso uma piada, mas tenho a consciência de que deixo muita boa gente nervosa. Já fui extremamente indelicada com ex namorados. Um em especial, o primeiro, com que criei um ciclo de namoros. Namorávamos durante um pouco, eu começava a sentir-me limitada, ou insatisfeita, e acabava. Isto repetiu-se mais vezes do que quero admitir. Ele voltava sempre, iludido pela esperança do “talvez seja desta”. E nunca foi. Eu parti sempre, deixando-o de rastos. A verdade é que também me perdia na fábula do “talvez seja desta”, que passado uns meses desvanecia, e eu partia.
Contudo, aprendi que a mudança processa-se lentamente, quase sem eu dar por ela. Basta uma pergunta, uma afirmação para eu reparar na transformação. Comecei este relacionamento sem ilusões e sem criar expectativas gigantes.
E está a funcionar.
Já nos chateamos (brevemente), já pensei que não iríamos sobreviver, mas parece que vamos. Não estou a proclamar amor eterno, sei disso. Estou só a afirmar o que já sabes.
Quando digo “I love you” digo-o com toda a certeza, porque sei que é verdade.
January 12, 2009
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