A minha vida está a andar tão depressa. Pisco os olhos, e os dias fogem. Estou quase no fim do meu segundo ano de licenciatura, só falta mais um. Mais um ano que vai ser atribulado, em tantos aspectos.
Hoje completei o "último" passo na minha candidatura de ERASMUS. Daqui a sensivelmente um mês vou receber um mail que vai mudar a minha vida. Daqui a um mês vou repetir aquela experiência da colocação na faculdade.
Fingers crossed.
Preciso tanto de expandir-me por este mundo fora.
E esta nova perspectiva faz-me olhar para trás. Cheguei a casa e tirei a minha caixa das lembranças, onde guardo bocados de mim, bocados da minha vida. Pus-me a ler, a folhear, a sentir todos os objectos naquela caixa. Pus-me a descobrir a Rebeca que fui, durante a adolescencia, durante a grande mudança do secundário. Vi caras que fizeram parte do meu crescimento. Lembrei-me de coisas que magoam, mas sobretudo, lembrei-me das coisas que me conduziram até aqui.
Quando andava no secundário, escrevia muito. Escrevia para fugir, para expressar as coisas que não tinha coragem de gritam a quatro ventos. Consigo traçar minunciosamente esses três anos relendo aqueles textos de adolescente que tenta encaixar.
Encontrei isto (acho que é muito
fitting neste contexto):
"Nunca é tarde demais. Simplesmente pensamos que é.
Se cada um de nós, em vez de hesitar, se atirasse, o Mundo seria muito diferente. Diminuiam brutalmente as oportunidades perdidas, os beijos desejados, mas nunca dados, os suspiros de infelicidade. Aumentava a adrenalina, os sorrisos, a felicidade, e quem sabe, até mesmo o infortunio.
Mas...a responsabilidade é um fardo pesado que nos prende à realidade. Agimos em conformidade, conformamo-nos mais vezes que as estritamente necessárias. Sacrificamos muito. Tudo por causa da responsabilidade. E do medo.
Do medo enorme de ouvirmos um "não", de ficarmos de mãos a abanar, com os sonhos desfeitos no chão. Escolhemos o caminho mais seguro e ficamos para todo o sempre a pensar "E se....?".
E se tivessemos dito, ou feito algo diferente? Onde estariamos agora? Quem preenchia os nossos dias? Com quem acordariamos de manhã?"