February 26, 2009

1000 Vezes Mais Do Que Te Consigo Dizer

Obrigado
Mostras-me todos os dias o quanto me valorizas. E naquele dia, mostraste-me mais do que nos outros milhares de dias.
Bastava teres contado a vontade, e ter-te-ia perdoado instantaneamente. Mas continuaste a mentir. E cada vez que afirmavas que não tinhas sido tu, enterravas-me mais, a luz ficava cada vez mais distante.
E as mentiras escorregavam-te da boca, com facilidade. Estavas indiferente ao meu sofrimento: não era a tua vida.
Deixaste-me chorar, chorar, chorar. Afogava num mar de lágrimas, e supliquei para que contasses a verdade. Nada fizeste para me confortar. Jurei que te ia magoar tanto se um dia soubesse que tinhas sido tu. Manteve-se a tua indiferença.

Mais tarde, soube que mentiste. Descontrolei-me. Quase que deixaste de existir. Disse-te apenas meras palavras, quando me apetecia esbarrar contigo contra a parede. E tu, pediste para eu te fazer isso mesmo. Parecia que querias que eu te magoasse, como se isso diminuísse o teu sentimento de culpa. Não o fiz. E ainda bem, porque olho todos os dias para ti, e lembro-me das palavras que te disse, as palavras que bastaram.

Podias ter feito estragos enormes, não tens o direito de brincar assim com a vida dos outros. Não é da tua conta. Competia-te apenas contar a verdade. E não o fizeste. Foi outra em teu lugar.

Espero infinitamente por um pedido de desculpas sincero, mas esse nunca mais chega. Se eu deixar de esperar, deixas de existir.

Escolhe.

February 13, 2009

Hit Me Baby, Just One Last Time

Sabes a sensação de finalmente conseguires fazer algo que desejas há muito? O êxtase, o orgulho, a sensação de confiança. É algo viciante.

Sempre desejei afirmar que sim, e não ter medo de nada. De me levantar, de falar alto e de vincar a minha opinião sem medos. Imagino a sensação…o tremor leve das pernas, a voz a ecoar, o sorriso depois. Sempre fui bastante calada, e reservada. Sim, se me apanhares numa saída á noite, provavelmente não me calo, mas não sou eu a falar. E tento imaginar-me num tribunal, a defender alguém. Não há espaço para hesitação, nem minutos para reflectir no que o adversário disse. Tenho que ser rápida, tenho que ter a resposta perfeita na ponta da língua.

Acho que uma parte é prática. Para essa estou preparada. Mas não sei se tenho predisposição para falar para um auditório cheio, para reclamar com um juiz, ou para mudar o rumo de uma vida. Muitas responsabilidades? Não sei.
Também sei que funciono bastante bem sobre pressão. Talvez seja esse o caso, em todos os casos. Espero que sim.


Talvez estaria mais adequada para um emprego medíocre, sem relevância, e secante. Talvez enquadrasse melhor. Mas porque viver a vida assim? Chegar ao final, e não ter realmente alcançado o que quer que seja. Ter como maior conquista um T2 equipado, e um marido fiel. Acabar a vida desejando começar de novo, e fazer tudo diferente. Seguir outros caminhos, fazer outras escolhas, sorrir mais, amar mais, não limitar tanto. Ter feito uma diferença. Ter salvado alguém inocente, ter contribuído para a justiça e para um mundo melhor. Quero saber que valeu a pena, que explorei o mais possível, e que não vivi em vão.


Possivelmente, estes são os sonhos de muitos, não só da minha idade, mas mais velhos. Não desistam. Vai haver sempre algo novo, algo inesperado. E vão aprender a lidar com o que se propõe á vossa frente. Medos vão passar a ser insignificantes, horizontes vão expandir incrivelmente. E vão experienciar a felicidade, por mais efémera que seja. Mas pelo menos, podem dizer que sentiram. Que viveram.