Ela ouve a chuva a bater nas telhas, sobre a sua cabeça. Está enroscada no sofá, num cobertor de lã. Sente-se tão pequena, e tão sozinha. O mundo tornou-se outra vez assustador, e custa-lhe até sair da cama de manhã.
E por mais que sejam simpáticos, e reconfortantes, ela não ouve. Fecha-se, cada vez mais distante. Ela não quer ser reconfortada. Conforma-se com a solidão que a acompanha diariamente, e que se começa a tornar a sua melhor amiga.
Sabe que está dirigida para um beco sem saída, mas continua a andar, cabeça baixa contra o vento, ouvidos moucos contra os avisos. Ela quer dar o último passo, e sentir o muro contra o seu rosto, áspero e frio.
Ficar encostada, no escuro e saber que não tem que sentir nada nunca mais.
February 27, 2010
Subscribe to:
Post Comments (Atom)

No comments:
Post a Comment
Any madness to share? Make yourself at home.