May 14, 2009

All She Asks

Perdida, afogada nas mágoas insolentes que são de pouco interesse, mas que continuam a magoar.

Ela acorda, e deixa-se embalar pelo silêncio da casa. A madrugada é doce.
Nada a deixa mais feliz do que acordar de manhã.
E devagarinho, a casa acorda. Os bons dias ouvem-se pelas paredes, e, ao levantar-se, ela percorre na memória todos os bons dias partilhados.
Os bons dias ditos com sorrisos, e com abraços. E com os olhos a brilhar. E lembra-se que nunca mais serão partilhados. Os bons dias acabaram, e em substituição o Adeus, o Adeus que ficou para sempre queimado na memória. O Adeus dito com lágrimas, e com suspiros. Mas nunca com sorrisos. Nunca.
E o vazio instala-se. E a manha já não é tão doce como era dantes.
Mas, há mais bons dias, mais sorrisos e abraços. São diferentes, mas eles existem. Algures.

Será que no futuro haverá uma manha em que ela não pense nos bons dias perdidos? Será que o vazio será preenchido totalmente, e as memórias passem a ser simples memórias, e não feridas por sarar?

O resto do seu dia é monocórdico, e igual a todos os outros dias. Tudo é igual, mesmo sendo diferente. Ela é que já não repara, porque o brilho se apagou.

Mas o brilho voltará.

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