Não é habitual apaixonar-me por versos. Sou uma menina da prosa, e poesia não me comove. Porém, nunca digo nunca. Ontem descobri, graças a uma professora, um poeta fantástico. Aconselho a todos, mesmo àqueles que torcem o nariz a este tipo de textos,a lerem Pablo Neruda, e em especial o seu poema "Quem Morre?".
Deixo aqui uma homenagem a este grande homem.
"Gosto quando te calas
Gosto quando te calas porque estás como ausente,
e me ouves de longe, minha voz não te toca.
Parece que os olhos tivessem de ti voado
e parece que um beijo te fechara a boca.
Como todas as coisas estão cheias da minha alma
emerge das coisas, cheia da minha alma.
Borboleta de sonho, pareces com minha alma,
e te pareces com a palavra melancolia.
Gosto de ti quando calas e estás como distante.
E estás como que te queixando, borboleta em arrulho.
E me ouves de longe, e a minha voz não te alcança:
Deixa-me que me cale com o silêncio teu.
Deixa-me que te fale também com o teu silêncio
claro como uma lâmpada, simples como um anel.
És como a noite, calada e constelada.
Teu silêncio é de estrela, tão longínquo e singelo.
Gosto de ti quando calas porque estás como ausente.
Distante e dolorosa como se tivesses morrido.
Uma palavra então, um sorriso bastam.
E eu estou alegre, alegre de que não seja verdade"
Pablo Neruda
March 27, 2009
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