June 25, 2010

It´s oh so quiet




And all I need is a hug, a kiss, and a shoulder to vent my frustration on.

And no more questions, please.
Just pure understanding, and knowing.
No more wanting. It´s my turn now.

June 15, 2010

Something Different, Something New



Lembro-me do dia em que ela nasceu, um dia em que o sol brilhava, e eu apertava a mão da minha irmã com tanta força, enquanto sorriamos a duas com expectativa.
Lembro-me de subir as escadas da maternidade, entrar no quarto da minha mãe, e encontra-los a chorar. Lembro-me de querer fugir, querer correr com tanta velocidade, para apagar a imagem dos meus pais naquele abraço, que poderia ter tantos significados.
Lembro-me de vê-la pela primeira vez, e apaixonar-me. Aquela coisa tão pequena, tão perfeita, que agora precisava da nossa protecção.


Durante os primeiros meses da vida da Ângela, chorava cada vez que virava as costas.
Durante os primeiros meses, parecia que o mundo ia acabar, desabar sobre a nossa família, e que nenhum de nós iria sobreviver.
Durante os primeiros meses, lutei comigo. Lutei por aceitar a realidade que se apresentava dolorosa.
Durante os primeiros meses, ela foi o centro da nossa vida, a que organizava os nossos dias, e as nossas noites. E será sempre o centro das nossas vidas.

Custava-me contar às pessoas, custava-me ver as caras de pena, ouvir os murmúrios de lamentação. Por isso não contava. Não conseguia. Contar tornava tudo aquilo real.
E ainda hoje, contar custa tanto. Contar trás lágrimas aos meus olhos. Mas contar faz de mim uma pessoa forte. E a Ângela precisa dessa força. Ela merece essa força.

A Ângela mudou a minha maneira de ver o mundo. Mudou a minha maneira de me relacionar, mudou as minhas expectativas, e perspectivas.
O que para todos é normal, para ela é uma batalha e uma conquista. E fico com medo quando olho para o futuro e não tenho a certeza do que nos espera.
Será que ela vai fazer parte de um grupo de amigas, que falam de moda, rapazes, coisas banais?
Será que vai ser beijada?
Será que ela vai ao Baile de Finalistas?
Vai ter emprego?
Namorar?
Construir família?
Quero tanto protege-la dos olhares indiscretos, das bocas que magoam, das portas fechadas. Quero tanto estar lá sempre que for preciso, sempre. Quero salva-la de um mundo que por vezes é cruel.
Porque ela é, para mim, o melhor que a vida tem.

Deixo-vos com a história que me explicou o que aconteceu, e me ajudou a compreender.

Ter um bebé é como planear uma fabulosa viagem de férias - para a ITÁLIA! Você compra montes de guias e faz planos maravilhosos! O Coliseu. O David de Miguel Ângelo. As gôndolas em Veneza. Você pode até aprender algumas frases simples em italiano. É tudo muito excitante. Após meses de antecipação, finalmente chega o grande dia! Você arruma as suas malas e embarca. Algumas horas depois você aterra. O comissário de bordo chega e diz: - "BEM-VINDO À HOLANDA!"
"Holanda!?! "diz você". O que quer dizer com Holanda!?!? Eu escolhi Itália ! Eu devia ter chegado a Itália. Toda a minha vida sonhei em conhecer Itália."
Mas houve uma mudança de plano de voo. Eles aterraram na Holanda e é lá que você deve ficar. A coisa mais importante é que eles não te levaram a um lugar horrível, desagradável, cheio de pestilência, fome e doença. É apenas um lugar diferente. Logo, você deve sair e comprar novos guias. Deve aprender uma nova linguagem. E você irá encontrar todo um novo grupo de pessoas que nunca encontrou antes.
É apenas um lugar diferente. É mais baixo e menos ensolarado que a Itália. Mas, após alguns minutos, você pode respirar fundo e olhar ao redor... E começar a notar que a Holanda tem moinhos de vento, tulipas e até Rembrants e Van Goghs.
Mas, todos os que você conhece estão ocupados, indo e vindo da Itália... e estão sempre comentando o tempo maravilhoso em que passaram lá. E por toda a sua vida, você dirá : "Sim, era lá que eu deveria estar. Era tudo o que eu havia planeado."
E a dor que isso causa nunca, nunca irá embora... porque a perda desse sonho é uma perda extremamente significativa.
Porém... se você passar a sua vida toda remoendo o facto de não haver chegado a Itália, nunca estará livre para apreciar as coisas belas e muito especiais... sobre a Holanda.
Emily Perl Knisley

June 09, 2010

The End Is Just The Beggining.

Hoje foi o meu último dia de aulas do meu primeiro ano de Arqueologia e História.
Antes que me entregue aos papeis, à bibliografia, às noites mal-dormidas, à comida rápida, à casa desarrumada, ao mundo dos exames, venho aqui falar-vos um pouco do meu primeiro ano na Universidade. E em Coimbra.

Há mais ou menos um ano atrás, lembro-me de estar sentada, com os meus colegas de turma do secundário, e não acreditar que estava a acabar. Durante o almoço que partilhámos, perguntava-me constantemente "como? como é que passou tão depressa?". Parecia que estava num sonho estranho, em que a realidade era vista como uma luz ao fundo do túnel, que se afastava cada vez mais. O que sempre desejei estava prestes a acontecer, e eu lutava contra a corrente. Não queria mudar, não queria deixar a minha casa, a minha família, a minha normalidade cómoda e segura.
Queria voltar em Setembro, e continuar no 12º. Queria voltar a fazer parte de um grupo de amigas unidas. Não queria dizer adeus.

Depois de um verão estranhamente calmo, e normal, mudei-me para Coimbra. Fiz as malas, trouxe tudo comigo, construí aqui uma nova casa. Fiquei a primeira semana totalmente sozinha. Acho que nunca me senti tão pequena e insignificante. E tão assustada.
Mas com o passar do tempo, conquistei Coimbra, conquistei novos amigos.
Mudei, mas no fundo, continuo a mesma.

Agora, 10 meses depois, sou uma menina da cidade. Saio à rua, e adoro o que vejo. Adoro ver pessoas, adoro o barulho, a movimentação. Adoro poder sair de casa, e voltar quando me apetecer. Calçar uns ténis, e correr que nem uma louca pelas ruas do bairro. Pegar num livro, sentar-me nas escadas da Faculdade e ler durante uma tarde inteira. Passear pelo Parque, pelo Jardim Botânico. Cuidar de mim. Ir às compras. Arrumar a casa. Cozinhar.

Sinto-me grande, adulta. Capaz de enfrentar o mundo. Responsável. Amada. Apaixonada. Por mim, por ti, por esta vida diferente, que agora é tão normal.

Conheço Coimbra de outra maneira. Coimbra já não se estende para o infinito. Coimbra encolheu, e eu cresci.

Os meus pais têm uma paciência. Já liguei a chorar como se o mundo estivesse a acabar, já passei dias sem ligar para casa, já discuti imenso, ainda mais do que quando vivia com eles. Já me meti em sarilhos. Mas sinto-me tão feliz por tê-los sempre por perto, mesmo quando estão longe. São o meu porto seguro em qualquer tempestade.
E um obrigado à grandiosa Cláudia. Sem ela, provavelmente daria em louca.
As nossas noites passadas a falar na cozinha, na sala a ver O Mentalista, Anatomia de Grey. As lágrimas partilhas, os abraços, os dias em que quase não nos vemos, e nem sequer trocamos uma frase. Dias em que estamos estranhas. O respeito pelo meu espaço, e o meu respeito pelo dela. O chegar a casa e saber que ela lá está. Só a simples presença de uma pessoa que me conhece quando mais ninguém parece perceber.

June 05, 2010

Clap and Shout





Ontem à noite foi uma daquelas noites para guardar num lugar especial.
Clube de Comédia no TAGV.

E autógrafos dos membros da equipa no fim.
Histéricas, loucas, a berrar pelas ruas de Coimbra. A tremer de tanta emoção.
Depois do espectáculo, que conteve surpresas e alguma desilusão, ficámos à porta tipo fãs loucas para ver se pescávamos autógrafos. Minutos de tensão em que a senhora toda-poderosa que guardava a porta para os bastidores anunciava a quem questionava que "eles podem sair por aqui, ou então pelos jardins da ACC...Não posso dar certezas". Dispostas a acampar ali se necessário, agarradas aos nossos flyers como se fossem a nossa salvação, esperámos.
A porta abriu, e sai o Nilton (Não, o primeiro foi mesmo o Eduardo Madeira, mas eu já estava toda trocada que a minha memória visual falhou). Seguido de Bruno Nogueira. Oh meu deus. Bruno Nogueira.
A cara da Cláudia, um misto de pânico, felicidade e nervosismo extremo. Armadas em corajosas, aproximámos-nos. Primeiro Eduardo Madeira, o que nos valeu dois beijinhos a cada uma.
E chegado o momento em que podíamos falar, deixar a nossa marca e sobressair da nuvem de caras, a Cláudia dizia Parabéns vezes sem conta, enquanto emitia sons estridentes, e eu limitei-me a gaguejar Obrigado.
A surpresa da noite foi sem dúvida o Francisco Menezes. Tinha vaga imagem dele como um apresentador de um programa matinal, e nada mais. I stand corrected. Aquela voz é algo digno de muito aplauso. Elogiou o meu nome, gozou com a minha caneta, e rir quando eu disse baixinho "És incrível".

Deixo aqui a sugestão. Se o Clube de Comédia passar na vossa cidade, aproveitem. É uma mostra das coisas boas que temos em Portugal.

imagem retirada de: http://www.uau.pt/

June 04, 2010

Pretty Girls Make Pretty Graves






O calor aperta, o sol aquece.
A brisa perda a luta contra a brasa que queima as plantas dos pés, e deixa as faces rosadas.
O sono está ao virar da esquina, uma ameaça constante que não desaparece, nem após uma noite bem dormida, em boa companhia.

O tempo escasseia, porém a vontade é pouca. O tempo corre.

Desejos de deambular perdida, de mãos dadas, pelas ruas desta cidade que ainda tem tanto para ensinar. Desejos de passar tardes em esplanadas, em jardins.

Chega a hora de limitar os desejos, e entregar-se ao computador, às tardes de estudo, ao pânico dos exames, e aos minutos roubados de beijos doces, mas frenéticos e apressados.

Vive inquieta. Contudo, vive satisfeita.