June 09, 2010

The End Is Just The Beggining.

Hoje foi o meu último dia de aulas do meu primeiro ano de Arqueologia e História.
Antes que me entregue aos papeis, à bibliografia, às noites mal-dormidas, à comida rápida, à casa desarrumada, ao mundo dos exames, venho aqui falar-vos um pouco do meu primeiro ano na Universidade. E em Coimbra.

Há mais ou menos um ano atrás, lembro-me de estar sentada, com os meus colegas de turma do secundário, e não acreditar que estava a acabar. Durante o almoço que partilhámos, perguntava-me constantemente "como? como é que passou tão depressa?". Parecia que estava num sonho estranho, em que a realidade era vista como uma luz ao fundo do túnel, que se afastava cada vez mais. O que sempre desejei estava prestes a acontecer, e eu lutava contra a corrente. Não queria mudar, não queria deixar a minha casa, a minha família, a minha normalidade cómoda e segura.
Queria voltar em Setembro, e continuar no 12º. Queria voltar a fazer parte de um grupo de amigas unidas. Não queria dizer adeus.

Depois de um verão estranhamente calmo, e normal, mudei-me para Coimbra. Fiz as malas, trouxe tudo comigo, construí aqui uma nova casa. Fiquei a primeira semana totalmente sozinha. Acho que nunca me senti tão pequena e insignificante. E tão assustada.
Mas com o passar do tempo, conquistei Coimbra, conquistei novos amigos.
Mudei, mas no fundo, continuo a mesma.

Agora, 10 meses depois, sou uma menina da cidade. Saio à rua, e adoro o que vejo. Adoro ver pessoas, adoro o barulho, a movimentação. Adoro poder sair de casa, e voltar quando me apetecer. Calçar uns ténis, e correr que nem uma louca pelas ruas do bairro. Pegar num livro, sentar-me nas escadas da Faculdade e ler durante uma tarde inteira. Passear pelo Parque, pelo Jardim Botânico. Cuidar de mim. Ir às compras. Arrumar a casa. Cozinhar.

Sinto-me grande, adulta. Capaz de enfrentar o mundo. Responsável. Amada. Apaixonada. Por mim, por ti, por esta vida diferente, que agora é tão normal.

Conheço Coimbra de outra maneira. Coimbra já não se estende para o infinito. Coimbra encolheu, e eu cresci.

Os meus pais têm uma paciência. Já liguei a chorar como se o mundo estivesse a acabar, já passei dias sem ligar para casa, já discuti imenso, ainda mais do que quando vivia com eles. Já me meti em sarilhos. Mas sinto-me tão feliz por tê-los sempre por perto, mesmo quando estão longe. São o meu porto seguro em qualquer tempestade.
E um obrigado à grandiosa Cláudia. Sem ela, provavelmente daria em louca.
As nossas noites passadas a falar na cozinha, na sala a ver O Mentalista, Anatomia de Grey. As lágrimas partilhas, os abraços, os dias em que quase não nos vemos, e nem sequer trocamos uma frase. Dias em que estamos estranhas. O respeito pelo meu espaço, e o meu respeito pelo dela. O chegar a casa e saber que ela lá está. Só a simples presença de uma pessoa que me conhece quando mais ninguém parece perceber.

1 comment:

  1. odeio-te! Fizeste-me chorar nas cantinas à frente de toda a gente.

    :P


    love you

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